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IPCA-15 de agosto, Powell no Jackson Hole, China e noticiário político: o que acompanhar na semana

otto livrares galvão
By otto livrares galvão 6 Min Read

Depois de uma semana marcada por um recorde de pregões em queda do Ibovespa, interrompido somente na sexta, os investidores estarão de olho em diversos indicadores e notícias da política que podem mexer com o mercado nos próximos dias.

As mudanças ministeriais do presidente Lula ainda não foram anunciadas, mas podem acontecer em breve, apontam os analistas do Itaú.

Além disso, a votação do arcabouço fiscal pode avançar na semana (a medida precisa de votação final na Câmara para aprovar ou descartar as mudanças introduzidas no Senado).

É esperado acordo entre líderes da Câmara dos Deputados e Ministério da Fazenda para a aprovação do arcabouço fiscal. Está marcada uma reunião para segunda-feira em que se discutirão os detalhes da votação. Segundo Arthur Lira, Presidente da Câmara, se um acordo for atingido, é possível que a proposta seja votada já na terça-feira.

Enquanto isso, o Congresso resiste a algumas medidas de arrecadação lançadas pela equipe econômica, como a taxação de investimentos no exterior – que foi incluída na medida provisória do salário mínimo (MP 1.172), mas pode ser retirada pelos parlamentares. Além disso, é importante continuar monitorando as discussões sobre a reforma do IVA ao longo da semana, aponta o Itaú.

Entre os indicadores, a inflação será o destaque da agenda doméstica, com a divulgação do IPCA-15 de agosto na sexta-feira (25).

“Esperamos que a inflação acelere para 0,19% (de -0,07% em julho), com pressões altistas vindas de veículos (com o fim do programa de descontos do governo) e gasolina (devido ao retorno integral do PIS/Cofins federais sobre o combustível)”, destaca o Itaú.

Vale ressaltar que a taxa anualizada deve subir para 4,1%, ante 3,2% em julho, devido a uma menor base de comparação após a desoneração do ano passado. Apesar da recente melhora nas medidas subjacentes, o banco não prevê uma nova desaceleração na margem.

O Bradesco também projeta uma variação positiva em relação a julho, justificada por altas pontuais em administrados e bens duráveis. Por outro lado, a deflação de alimentos deverá ser intensificada e os serviços continuarão desacelerando.

Também na sexta feira, sobre as contas externas, o Banco Central divulgará a nota do setor externo de julho. O Itaú projeta déficit de US$ 3,9 bilhões em transações correntes, ante superávit de US$ 5,4 bilhões registrado no mesmo mês do ano passado. A balança comercial deve registrar superávit de US$ 6,8 bilhões (maior volume de petróleo e soja), enquanto as contas de serviços e aluguéis devem apresentar impressão negativa de US$ 3,6 bilhões e US$ 7,3 bilhões, respectivamente (pressionadas principalmente por saídas de lucros e dividendos e saídas sazonais).

“Com esse resultado, projetamos que o déficit em transações correntes em 12 meses alcance US$ 48,5 bilhões (2,4% do PIB)”, avalia. Já o investimento estrangeiro direto deve apresentar resultado positivo de US$ 3,5 bilhões, resultando em superávit de US$ 75,0 bilhões em 12 meses. Com outra boa impressão, a situação externa deve se manter em patamares um tanto confortáveis, avalia o banco. Olhando para o futuro, projeta um déficit em conta corrente de 1,7% em 2023.

Fora isso, a confiança do consumidor da FGV de agosto será divulgada na sexta-feira. Além disso, ainda sem data definida, haverá o resultado da arrecadação de impostos de julho.

Jackson Hole é destaque na agenda internacional
Na agenda internacional, as atenções estarão voltadas para o encontro de Jackson Hole.

“Mudanças Estruturais na Economia Global” foi o tema escolhido para o 46º simpósio anual de Jackson Hole, que acontece no Wyoming (EUA) entre os dias 24 e 26. O encontro é organizado pelo Federal Reserve de Kansas City e reúne banqueiros centrais ou seus representantes de todo o mundo, além de acadêmicos e outros pensadores econômicos influentes.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, discursará na sexta, podendo trazer novidades sobre a condução da política monetária. Isso após uma ata do Fomc divulgada na última semana que elevou as projeções de um aperto monetário prolongado, afetando os mercados.

A semana também é de prévias dos PMIs (índices de gerentes de compras) nas principais economias desenvolvidas. Os números se concentrarão principalmente na quarta-feira (23), com a divulgação dos índices PMIs compostos no Reino Unido, Alemanha e Zona do euro pela S&P Global, enquanto o Markit divulga o PMI composto dos EUA.

Na China, já neste domingo (20), o banco central deve reduzir suas taxas de empréstimos de 1 ano e de 5 anos e, a depender do grau de ajuste e da comunicação oficial, o mercado pode reagir de maneira relevante, aponta a XP.

As atenções se voltam também para os desdobramentos no país do estresse financeiro e temores de eventual contágio diante da fraqueza do setor imobiliário.

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