As eleições municipais de 2024 no Brasil revelaram uma série de estratégias distintas definidas pelos principais partidos políticos do país. Com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), observa-se um cenário de ajustes e reposicionamentos, refletindo as vitórias e derrotas nas eleições anteriores e as novas alianças políticas.
O Partido Liberal (PL), liderado por Jair Bolsonaro, ampliou suas candidaturas em quatro das cinco regiões do Brasil, com exceção do Nordeste, onde Bolsonaro foi derrotado por Lula em 2022. No Centro-Oeste, onde o ex-presidente venceu, o PL dobrou suas candidaturas, destacando-se como uma força crescente em áreas dominadas pelo agronegócio.
Por outro lado, o Partido dos Trabalhadores (PT) desenvolveu uma estratégia inversa, aumentando as candidaturas no Nordeste, onde a tradição é forte, e aumentando no Centro-Oeste e Sul, regiões onde busca expandir sua influência. Essa parceria faz parte de uma estratégia de alianças locais, expandindo e fortalecendo sua presença legislativa.
O MDB, que foi o maior vencedor nas eleições de 2020, destruiu suas candidaturas em cidades com mais de 50 mil habitantes, mas aumentou em municípios menores. Essa mudança reflete uma tentativa de consolidar sua base em áreas menos populosas, enquanto o PP, que elegeu o segundo maior número de prefeitos em 2020, aumentou suas candidaturas no Sudeste, mas poderosas no Nordeste.
O União Brasil, resultado da fusão entre DEM e PSL, cortou significativamente suas candidaturas, especialmente nos grandes centros urbanos. Em contrapartida, o Partido Novo, que pela primeira vez utilizou recursos do Fundo Eleitoral, aumentou suas candidaturas em mais de 1.100%, expandindo sua presença em todas as regiões.
Outros partidos, como o Republicanos e o Avante, também aumentaram as suas candidaturas, com destaque para o crescimento em cidades menores. Os Republicanos, por exemplo, ampliaram sua presença no Centro-Oeste, enquanto o Avante registrou um aumento expressivo na Bahia.
Por fim, partidos como o PSDB e o PDT enfrentaram reduções significativas em suas candidaturas, refletindo desafios internos e a perda de lideranças regionais. O PSDB, em particular, viu uma queda acentuada em São Paulo, após perder o governo estadual em 2022, enquanto o PDT sofreu com a saída de parte da família Gomes no Ceará.
Essas movimentações apresentam um cenário eleitoral dinâmico, onde os partidos buscam se adaptar às novas realidades políticas e eleitorais do Brasil, maximizando suas chances de sucesso nas eleições municipais de 2024.